Sobre O Batismo Infantil

Publicado: 09/01/2012 por Duarte Henrique em Devocionais, Reflexão
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Saudações amigos. Espero que estejam bem. Afinal, esse é o ano da extinção…

Gostaria de começar o ano com uma discussão antiga, cujo conteúdo, contemporaneamente, segundo penso, tem pendido muitas vezes para o lado errado: o pedobatismo, ou seja, o batismo de crianças.

Sem querer aprofundar demais a discussão sob o aspecto “biblicista”, analiso apenas o principal argumento daqueles que não concordam com o batismo infantil, e depois apresento minha refutação. Cada um fundamente ambos os aspectos conforme quiser.

O principal argumento daqueles que não concordam com a batismo de crianças é o de que elas não crêem e, portanto, não poderiam fazer uma escolha.

Bom, em primeiro lugar, o batismo não é fruto de uma escolha, assim como a circuncisão no VT também não era. Abraão não perguntou a Isaque se ele queria fazer parte do pacto com Deus. Daí para frente, todo menino hebreu era circuncidado. Se ele seria ou não fiel ao pacto era outra questão. O batismo substituiu a circuncisão no cristianismo, assim como a ceia substituiu a páscoa judaica.

Ademais, o ato de crer ou não em Deus não é fruto de uma “ação” humana, mas obra do próprio Espírito divino operando no homem. Quando Jesus permitiu que as crianças fossem até ele (Mt. 19-14), tinha plena convicção de que elas não apenas criam em Deus, mas eram um exemplo que deveria ser seguido por todos que quisessem adentrar ao Reino de Deus. O problema é que a maioria dos evangélicos acredita que a fé seja um ato intelectual. Se assim for, realmente uma criança não teria condição alguma de crer. E para ser sincero, nem a maioria dos adultos também, pois grande parte não sabe explicar elementos básicos da fé cristã, tais como regeneração, justificação, santificação etc. Ora, se você perguntar qual o real significado da morte de Cristo na cruz a maioria não diz nada com nada…

A fé, penso eu, é o sentimento de que pertencemos ao infinito. É uma resposta, e não um ato. A criança, em essência, é exatamente isso. Perdemos esse belo sentimento à medida que vamos amadurecendo e nos desiludindo com a vida. O intelecto aqui é secundário.

A aversão ao batismo infantil entre os evangélicos é fruto de um preconceito infundado contra a Igreja Católica Romana, o que não se justifica, pois se trata de uma questão importante do ponto de vista espiritual.

Eu pretendo batizar meus filhos assim que nascerem. E quando digo eu, digo literalmente, pois eu serei o pastor deles. Quero introduzi-los desde cedo à comunidade espiritual dos santos, por meio desse singelo e belo símbolo cristão que é o batismo.

Que Deus, em Cristo, nos esclareça de tal maneira, que nossos pequeninos possam participar daquilo que é deles por direito natural…

Abraços!

comentários
  1. Thiago Marreta disse:

    Duarte,

    Possa até ser que eu esteja enganado, mas o principal argumento para que o batismo de criança não seja aceito, nas comunidades evangélicas, é o fato delas não terem pecados e NÃO delas não crêem em Deus.

    Conforme a bíblia, o batismo é um simbolo da nossa identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (Rm 6:3-4), é um ato de confissão da nossa fé (Gl. 3:27), é para arrependimento de pecados (Mt 3:11), é uma ordenança de Jesus Cristo (Mt 28:19)

    Analisando os textos base, ao meu ver temos que:

    – Uma criança não possui pecado (embora tenha uma natureza pecaminosa), consequentemente não necessita de arrependimento.

    – Uma criança não possui a capacidade de reconhecer a sua natureza pecaminosa para compreender a necessidade da salvação em Cristo.

    – Uma criança não possui a capacidade intelectual de confessar sua fé em Jesus Cristo.

    – Enquanto a circuncisão é uma aliança (sinal do pacto) entre Deus e Israel, o batismo é uma ordenança de Jesus Cristo para todos aqueles que desejam publicamente confessar Jesus Cristo com seu único e suficiente Salvador.

    Desta forma, de forma sucinta, não acredito que haja necessidade no batismo de crianças. Por isso, existe a liturgia para apresentação da criação com a finalidade de abençoa-lá (aqui entra o lado espiritual da coisa).

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